Tratamento De Dependência Química: Entenda Os 5 Estágios Básicos
“As medidas modernas partem do ponto que a droga vai sempre condizer com o ser humano. Ao longo da história, todas as civilizações tiveram contato com algum entorpecente”, expõe. Englobaram-se aqui características que demonstraram que o fim da internação é vista como a saída da drogadição. Embora se possa pensar que nas demais categorias e subcategorias citadas também esteja previsto o abandono da droga, apenas três dos entrevistados citaram em suas respostas que ao sair pretendem ficar longe das drogas.
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Assim, é importante que o tratamento do dependente químico envolva a família, uma vez que o sujeito pode estar representando um sintoma do sistema familiar (Tissot, 2006). Essa ideia é complementada por Orth e Moré (2008, p. 296), ao afirmarem que "dificilmente é possível sustentar a melhora de um paciente sem que atuemos em seu meio familiar". A desintoxicação é a fase inicial de todos os tipos de tratamento para dependentes químicos. Considerando a relação entre depressão e uso de drogas, as terapias combinadas são focadas na reversão dos prejuízos fisiológicos e na redução dos sintomas da abstinência que podem gerar tais complicações. Dada a complexidade que envolve o uso de drogas, há, atualmente, diversos tipos de tratamento para dependentes químicos. A superação da dependência química exige a combinação de diferentes intervenções para que a terapia seja direcionada conforme o perfil e a necessidade de cada indivíduo.
Com a TRE, após despertada a consciência sobre a doença, a ideia é que o indivíduo consiga problematizar alguns comportamentos, atitudes e crenças limitantes que o vício fez com que ele desenvolvesse. Mais ao início do texto, apontei os três principais fatores de risco da dependência química, que são os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Mais do que sintomas, a dependência química pode servir como uma potencializadora de outras doenças graves. Os sintomas apresentados por um dependente químico durante uma crise de abstinência variam conforme uma série de aspectos.
A partir de um estudo de caso realizado numa fazenda de recuperação, Moraes et al. (2010) concluíram que, nesse tipo de instituição, existem espaços para o convívio entre os internos, para práticas laborais e práticas espirituais. Todos assumem responsabilidades dentro da fazenda, auxiliando desde a administração da comunidade, até as diversas outras atividades. Além destes aspectos, existem sérias comorbidades psiquiátricas que coexistem com a dependência de drogas, como é o caso da ansiedade e da depressão, que também dificultam a proposição de um alto nível de motivação.
Ou seja, são os aspectos biológicos, psicológicos e sociais que levam um indivíduo a esse tipo de quadro. Esse é um assunto cercado de mitos, preconceito e desinformação, além de, muitas vezes, não ser levado a sério como deveria. Especialista em Dependência Química pela UNIFESP, pós-graduado em Filosofia
A pesquisa foi realizada com 12 usuários de drogas diagnosticados como dependentes químicos que estavam internados no hospital geral de uma cidade do sul do Brasil para realização da desintoxicação, sendo que dez eram homens e duas eram mulheres. Durante o período de oito semanas, os pacientes internados com funções cognitivas preservadas, segundo avaliação da equipe, eram convidados a participar do estudo. Segundo Orth e Moré (2008), a família é o primeiro sistema a ser afetado pela drogadição, provocando consequências na saúde de seus membros, bem como fragilizando as suas relações. Por outro lado, de acordo com Guimarães et al. (2009), o uso de drogas, sobretudo por adolescentes, pode indicar falta de apoio ou orientação por parte da família. Outros autores acreditam que a forma de funcionamento da família pode ser protetiva ou de risco para desenvolvimento de dependência química entre seus membros (Mckay et al., 1991).
Em 2018, mais de 7,5 mil atendimentos foram realizados apenas nos CAPS AD, com predominância nas faixas etárias de 30 a 39 anos de idade. Os CAPS, assim como as Unidades Básicas de Saúde (UBS), funcionam como porta de entrada para o atendimento na área de saúde mental dentro da rede municipal de saúde. Atualmente são 92 unidades no total, além das especializadas em Álcool e Drogas, 30 se destinam ao atendimento de crianças e adolescentes e 32 são só para pacientes adultos. Um Projeto Terapêutico Singular é construído de acordo com as necessidades de cada usuário. Todos os CAPS contam com equipe uma multidisciplinar de médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e terapeutas ocupacionais. Há possibilidade de atendimento individual, grupos psicoterápicos e terapêuticos, tratamento medicamentoso, oficinas culturais, atendimento familiar, atividades de lazer e de inserção social dos integrantes do programa de recuperação.
Percebe-se ainda que o tratamento pode servir como fonte de motivação e auxílio para os indivíduos, uma vez que, segundo eles, encontram ali apoio para que consigam atingir sua meta (largar o vício). A ambivalência com relação à mudança pode envolver o senso de autoeficácia e também o da expectativa de resultados (Marlatt e Witkiewitz, 2009). No modelo transteórico de Prochaska e DiClemente (2005) esses pensamentos poderiam ser do estágio da pré-contemplação, quando há pouca motivação à mudança. Mas, à medida que aumenta a prontidão motivacional, pode ocorrer um aumento na ambivalência, pois o indivíduo está identificando os prós e os contras.